No texto, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) afirmaram estar abertas ao diálogo com o Congresso Nacional e com a sociedade civil sobre a estrutura e o funcionamento do Poder Judiciário. No entanto, disseram que, devido a um "sistema conglobado de direitos e deveres", os juízes "habitualmente" extrapolam a jornada legal fixada pela Constituição e pelo Estatuto dos Servidores Federais, sem receber "qualquer acréscimo remuneratório em casos de plantões judiciais".
Ressaltaram também que os magistrados não podem exercer outra atividade remunerada, com exceção do magistério. "O regime atual de férias está em equilíbrio com o seu estatuto e suas peculiaridades, assim como sucede com outras carreiras de estado, razão pela qual defendem a manutenção do atual sistema, em virtude das limitações atribuídas por lei aos seus integrantes", cita o texto.
"Não concordo com a redução das férias, concordo com o atual sistema. Tenho muito receio que se dê à magistratura o tratamento de um burocrata. É preciso que a sociedade entenda", disse o presidente da AMB, Mozart Valadares. "As férias de 60 dias têm que ser mantidas. O juiz não tem jornada de trabalho, leva trabalho pra casa e trabalha nas férias", fez coro o presidente da Ajufe, Fernando Mattos.
Peluso - As afirmações de Peluso foram publicadas na edição desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo. O próximo comandante da Suprema Corte, que assume o posto em abril, disse que não irá "se desgastar" para defender dois meses de férias para a categoria ao enviar o projeto de Lei Orgânica da Magistratura (Loman) ao Congresso Nacional este ano. Apesar de sustentar que tirou férias "várias vezes" para trabalhar e evitar o acúmulo de processos, ele afirmou que não seria conveniente ao STF "entrar em batalhas perdidas".