Diretora-geral do Twitter Brasil, Fiamma Zarife, identifica mudança na tendência das interações desde o início da pandemia Zarife: Nosso papel nesse momento [com as marcas] é muito de consultoria, de estar junto com elas, de mãos dadas". Crédito: YouTube
No dia 19 de março, 80% das conversas no Twitter eram voltadas à pandemia, com as pessoas querendo saber a evolução da Covid-19. À medida que o tempo foi passando, as pessoas começaram a se voltar para seus interesses e suas paixões, destaca a diretora-geral do Twitter Brasil, Fiamma Zarife. Segundo ela, hoje a tendência na rede social é por interações ligadas ao cuidado com a casa, com o corpo e moda.
No início do isolamento social no Brasil, a música foi outro assunto que passou a ser muito buscado. No ranking do YouTube, das cinco principais lives [durante a pandemia], quatro são brasileiras, e a gente viu esse reflexo no Twitter, com as pessoas acompanhando, lembra Zarife. Nosso papel é de organização, de reunir as principais histórias sobre trabalho remoto, reunir as principais histórias de como as pessoas estão se divertindo na plataforma.
Em sua avaliação, a crise teve três momentos para as marcas: pausa do investimento, fase de repensar a estratégia, e agora a terceira fase, de imaginar o futuro. Nosso papel nesse momento [com as marcas] é muito de consultoria, de estar junto com elas, de mãos dadas. Não é um momento de venda, é um momento de pensar o que fazer.
Ela ressalta, por exemplo, que há buscas por roupas do teclado para cima, por causa do home office, e de maquiagem para os olhos, que ganhou importância por causa do uso de máscaras. São todas essas conversas, esses comportamentos, que estão mudando diz. A gente vê as marcas olhando muito atentas esses insights que temos o tempo inteiro pela natureza do Twitter.
A diretora-geral do Twitter Brasil participou nesta quinta-feira (4/6) de webinar promovido pelo JOTA.
No primeiro trimestre, o Twitter teve no Brasil um aumento de 36% no número de visitantes únicos, e o total chegou a 61 milhões. Durante a pandemia, houve uma elevação de 45% na média de minutos que as pessoas passam na plataforma. Esse é um reflexo do isolamento, das pessoas buscando o Twitter para se informar e para se comunicar, para conversar sobre as coisas que estão acontecendo, avalia Zarife.
Desinformação
A diretora-geral do Twitter Brasil, Fiamma Zarife, afirma que o combate à desinformação é uma questão de sobrevivência do negócio.
E citou medidas que foram tomadas durante a pandemia. A gente redobrou o uso de machine learning, de inteligência artificial, para coibir qualquer tentativa de manipulação da plataforma, de espalhar desinformação. De março a maio, desafiamos mais de 4 milhões de contas, destaca.
Zarife considera o Twitter um celeiro de movimentos culturais. É uma plataforma que é o termômetro da sociedade, que cria os movimentos, que empurra os movimentos culturais, diz. A gente precisa que as pessoas sintam que ali é um ambiente seguro, onde elas podem se expressar, onde as minorias podem gritar.
Em sua avaliação, a regulamentação em um ambiente desses tem que ser muito discutida.
Webinars
A conversa com Fiamma Zarife faz parte da série de webinars diários que o JOTA está realizando para discutir os efeitos da pandemia na política, na economia e nas instituições. Todos os dias, tomadores de decisão e especialistas são convidados a refletir sobre algum aspecto da crise.
Entre os convidados, já participaram do webinar estão o apresentador e empresário Luciano Huck, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, o presidente do STF, Dias Toffoli, o ministro Gilmar Mendes, o ministro Luís Roberto Barroso, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), a presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Fausto Pinato (PP-SP), o economista e presidente do Insper, Marcos Lisboa; além de representantes de instituições como a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional das Indústrias e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho.
Para assistir aos outros webinars do JOTA, clique aqui. Érico Oyama