Associações não atendem às exigências e não foram recebidas; informação foi levada ao presidente Jair Bolsonaro pelo presidente do PRB
BRASÍLIA - Para receber associações de magistrados no Planalto, o governo Jair Bolsonaro exigiu que elas endossassem publicamente a reforma da Previdência . A Associação dos Magistrados Brasileiros ( AMB ), Associação dos Juízes Federais do Brasi ( Ajufe ) e Anamatra (de juízes estaduais, federais e do trabalho) não fizeram a nota de apoio, e a reunião acabou não acontecendo.O ocorrido foi uma das reclamações levadas pelo presidente do PRB, Marcos Pereira (SP), ao presidente Jair Bolsonaro na manhã desta quinta-feira. Os juízes queriam que o Executivo postergasse o prazo de adesão ao Funpresp, fundo de pensão dos servidores públicos federais, que vencia em 29 de março, e pediram ajuda do deputado para marcar a reunião.
Marcos Pereira foi avisado que o secretário da Previdência, Rogério Marinho, queria uma nota das associações em apoio da reforma da Previdência em troca de serem atendidas pela Casa Civil. O contato ocorreu através do ministro da pasta, Onyx Lorenzoni.
- A AMB, Ajufe e Anamatra me pediram uma ajuda para que o Executivo prorrogasse o prazo. Sou advogado e professor de direito, então essa é minha área. Eu pedi para o presidente e o ministro Onyx que atendessem as associações, mas me disseram que o Rogério Marinho queria uma nota das associações dizendo que são favoráveis à reforma.
Na reunião na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro pediu apoio às reformas, mas não fez um convite formal para que o PRB integrasse a base aliada nem ofereceu cargos, segundo Pereira. Ele aproveitou para reiterar que seu partido não fará indicações a cargos no governo, embora deputados possam fazê-las individualmente, se desejarem.
- Só fiz um pedido ao presidente. Que ele determine aos seus ministros que atenda os deputados, porque não existe "velha" e "nova" política. Existe política. Relatei três casos de ter sido mal atendido no Ministério da Educação, e de não ter sido atendido na Caixa Econômica Federal e pelo próprio gabinete da Presidência -- disse o presidente da sigla.
O presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano, classifica o pedido do secretário Rogério Marinho como "absurdo".
- São coisas absolutamente desconectadas (o prazo e a Previdência). Não anuímos com o apoio sugerido, e não houve prorrogação de prazo. Até porque reconhecemos inclusive inconstitucionalidades no projeto de emenda à Previdência, e vamos apontá-las até o fim.