Os estudantes de 13 colégios estaduais da Região
Metropolitana de Salvador deram uma aula de cidadania,
no dia 18 de dezembro, durante a culminância do
Programa Trabalho, Justiça e Cidadania, implantado pela
Amatra 5 em parceria com várias instituições. Ao longo
de todo o dia, os alunos apresentaram no palco do
Instituto Anísio Teixeira encenações, músicas,
jograis, paródias, danças, jornais e até um site na
internet abordando os direitos e deveres do
trabalhador, o trabalho infantil, o trabalho rural, o
trabalho escravo, bem como a falta de cumprimento da
legislação trabalhista no país.
O evento contou com a presença do secretário da Educação do Estado da Bahia, Adeum Sauer, do presidente da Amatra 5, juiz Gilmar Carneiro, da coordenadora do programa, juíza Soraya Gesteira,d a diretora de Ensino e Cultura da Anamatra, juíza Fátima Stern, da procuradora do trabalho, Maria Lúcia Sá Vieira, do representante da Associação Baiana dos Advogados Trabalhistas (Abat), Carlos Alfredo Guimarães, além das juízas Carla Novelli, Alice Braga, Ana Cláudia Scavuzzi, representantes da Secretaria da Educação, professores e estudantes das 13 escolas.
Os estudantes usaram a criatividade para abordar os temas contidos na Cartilha do Trabalhador, elaborada pela Anamatra. Os alunos do Colégio Polivalente do Cabula, por exemplo, levaram ao palco a Rádio Polivalente do Cabula, que funciona diariamente na escola durante os horários de intervalo. No ar, uma entrevista conduzida pelo coordenador da rádio, o estudante Giovanni Silva, com advogado trabalhista Paulo Daniel Galvão de Oliveira respondendo dúvidas dos ouvintes sobre direitos do trabalhador. "Temos uma equipe de 14 alunos que coloca todo dia a rádio no ar", explica Giovanni.
O tema da exploração do trabalho infantil esteve presente em várias apresentações. Do "Rap da Cidadania", apresentado por alunos do Colégio Anísio Teixeira, à peça teatral preparada pelos estudantes do Colégio Maria Anita, até o site criado pelos alunos Alane Rebeca e Bruno Caldas, também do Maria Anita. "A criança que trabalha perde o futuro, a dignidade e a infância. Temos que denunciar o trabalho infantil, pois lugar de criança é na escola", afirmou Alane. O endereço do site, que contem informações sobre as leis e direitos do trabalhador, já está na internet no endereço www.ce pmaamatra5.infinites.net.
As apresentações sensibilizaram os juízes, procuradores, advogados e representantes da Secretaria da Educação. Para Soraya Gesteira, os resultados mostram que o programa está atingindo plenamente seus objetivos. "Estamos contribuindo para a construção de cidadãos mais conscientes de seus direitos e deveres", afirmou. A juíza Fátima Stern destacou a criatividade e a musicalidade que marcaram as apresentações, assinalando que o programa vem crescendo e ganhando adeptos em todo o país. "O programa ajuda a tornar realidade a aplicação do Direito do Trabalho", disse Fátima Stern.
Para o secretário Adeum Sauer, o Trabalho, Justiça e Cidadania contribui para inserir melhor a escola dentro da sociedade, levando aos estudantes temas que são parte de sua realidade. ?A escola tem que ter um papel de formar o cidadão e não apenas transmitir conhecimentos?, defendeu. Na sua visão, projetos e parcerias com instituições como a Amatra 5 conseguem fazer com que a escola seja mais viva e atuante. "Essa parceria nos ajuda a qualificar a educação", concluiu.
Segundo pesquisa feita pela Secretaria de Educação, 80% dos professores envolvidos consideraram o programa muito importante e gostariam que ele tivesse continuidade no próximo ano. Na avaliação dos professores, o ideal seria ter mais aulas sobre direitos do trabalhador e da cidadania, em palestras oferecidas por juízes, procuradores e advogados.
